news

JORNAL DE BRASÍLIA ONLINE – DF  

20 de abril de 2022

Bancos esperam maior demanda por crédito no agro

Mesmo com a taxa básica de juros (Selic) nove pontos porcentuais mais alta do que há um ano, os principais bancos privados com atuação em agro apostam na demanda aquecida este ano, a ser suprida justamente por linhas com taxas de mercado, que superam as controladas do Plano Safra. A Selic, hoje em 11,75% ao ano, deve chegar a 13% no fim do ano, segundo economistas. O Bradesco, que fechou 2021 com carteira agro de R$ 40,9 bilhões, estima crescer de 10% a 15%, diz Roberto França, diretor de Agronegócios. Carlos Aguiar, do Santander, conta que a expectativa é ampliar em 20% o bolo de R$ 27 bilhões de 2021. Pedro Fernandes, do Itaú BBA – cuja carteira é 90% atendida por linhas de mercado – prevê 20% mais, ou até R$ 72 bilhões.

Mais dinheiro para repetir o resultado

Diferente do ocorrido em 2021, quando produtores tomaram crédito para expandir produção e maquinários, agora eles buscarão dinheiro para cobrir a alta dos custos na safra 2022/23. “Vão precisar de mais recursos para fazer o mesmo do ciclo anterior”, avalia Aguiar.

PARA DENTRO

O Essere Group, que faturou R$ 352 milhões em 2021 com as empresas Bionat, de defensivos biológicos, Floema, de logística, e Kimberlit e Loyder, de fertilizantes, acaba de comprar a mineira Ruralvit Biotech, de Uberaba. O valor da operação não foi informado. A Ruralvit possui tecnologia à base de vírus para controle da lagarta-do-cartucho, que causa prejuízos a cerca de cem culturas agrícolas, e já fornecia 95% de sua produção para a Bionat, conta Antonio Carlos de Gissi Jr., CEO do grupo.

PREPARATIVOS

Ainda em 2022, o Essere Group pretende modernizar e automatizar a fábrica da Ruralvit para triplicar sua capacidade de produção, de 700 para 2,5 mil quilos por mês. Gissi Jr. aposta na crescente demanda dos produtores por biodefensivos para combater a lagarta-do-cartucho. Hoje, essas soluções representam 15% de todos os defensivos vendidos contra a praga; em quatro anos, podem chegar a 50%, estima o executivo. O grupo prevê faturar R$ 700 milhões em 2022, o dobro do ano passado.