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O cenário dos fertilizantes, tecnologias e alternativas

26 de maio de 2022

Especialistas do agronegócio destacam ações relacionadas ao crescimento do mercado nacional de fertilizantes

É certo que a guerra entre Ucrânia x Rússia impactou a produção de fertilizantes no Brasil. No entanto, além disso, segundo um grupo de especialistas do agro nacional, o Brasil deixou de lado muitos pontos importantes para solidificar sua atuação nesse potencial mercado – ao longo dos últimos três anos, a demanda por fertilizantes cresceu de 10 a 15% ao ano. Em 2021, o país importou mais de 41 milhões de toneladas de insumos para a produção de fertilizantes. Estima-se um crescimento na ordem de 6 a 10% no consumo/demanda de fertilizantes. Portanto, com o crescimento na ordem de 10%, o país prevê a importação de mais de 45 milhões de toneladas de fertilizantes, já em 2022.

Pensando além, em três anos o crescimento corresponde a mais de 30%, mas os portos de recebimento desses insumos, salvo pequenas mudanças, continuam os mesmos, ou seja, o Brasil ainda tem sérios problemas de infraestrutura.

Reunidos em busca de apresentar ações para dar ao mercado nacional de fertilizantes uma melhor visibilidade, José Carlos Polidoro, especialista da Embrapa Solos; Gustavo Spadoti, especialista e chefe geral da Embrapa Territorial; Álefe Borges, coordenador de P&D na Bionat; Bruno Neves, gerente de Portfólio no Essere Group; e Juscelio Ramos de Zouza, gerente de P&D no Essere Group; participaram do encontro online “O cenário dos fertilizantes, tecnologias e as alternativas”, onde apresentaram várias das inovações e soluções projetadas para os próximos anos e que estão em alinhamento com o Plano Nacional de Fertilizantes, apresentado pelo Governo Federal, em março de 2022, com o objetivo de reduzir a importação dos insumos utilizados na produção de fertilizantes, acabar com a dependência do produtor rural brasileiro em relação aos fertilizantes importados e aumentar a produção nacional até 2050.

Sobre o aumento da produção nacional de fertilizantes, um dos pontos observados durante esse encontro, os especialistas destacaram importantes ações. Gustavo Spadotti observou que existe a necessidade urgente de um posicionamento no que se refere à demanda de transportes rodoviário, ferroviário e hidroviário. “O Brasil precisa equacionar melhor a chegada dos produtos. Isso é fundamental para quem faz a comercialização de nutrientes. A gestão de monitoramento de nossos territórios, a análise do potencial de reservas existentes, e a questão da intermodalidade (transporte de mercadorias por dois ou mais modais), visando justamente o melhor custo de deslocamento dos insumos são questões chaves a serem analisadas”, pontuou.

Ciente desse panorama, José Carlos Polidoro apresentou a Caravana Embrapa FertBrasil, um projeto que está percorrendo as principais regiões agrícolas brasileiras, com o propósito de levar tecnologia e conhecimento ao produtor rural, visando o aumento da eficiência do uso de fertilizantes, destacar a importância do manejo sustentável dos solos e a melhoria da produtividade rural. Ação conjunta da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Caravana irá se estender até o final da safra 2022-2023 e irá percorrer mais de 40 localidades brasileiras. Polidoro aproveitou para reforçar que a ciência e a pesquisa são fundamentais em busca de uma solidez ainda maior do mercado de fertilizantes nacionais. Para completar, Polidoro foi taxativo em afirmar que: “Estamos vivendo um problema muito sério, porque descuidamos da técnica agronômica, estamos tendo um efeito colateral muito grave, com profissionais sem conhecimento de tecnologia do solo. Só os engenheiros agrônomos podem mudar essa realidade. Cientistas é que são os verdadeiros formadores de opinião sobre solos e nutrição de plantas. São eles que poderão ajudar decisivamente a mudar essa realidade”.

Em busca de apontar alternativas no contexto de fertilizantes, Álefe Borges lançou um importante questionamento: “Como relacionar o atual cenário dos fertilizantes com o mundo dos biológicos?” e ele reforçou: “É preciso disponibilizar nutrientes para as plantas através de várias alternativas, e uma delas envolve o mercado de produtos biológicos, cada vez mais ascendente no Brasil e com tecnologias capazes de otimizar o aproveitamento dos fertilizantes a partir de organismos que promovem o crescimento radicular e solubilizam nutrientes”. Bruno Soares aproveitou para reforçar: “Fazer a análise de solo de forma responsável, realizar uma adubação correta do solo e saber balancear os nutrientes de cada cultura são decisivos quando se pensa em produtividade no campo e fertilizantes”. Juscelio Ramos de Souza apontou a contribuição que o Essere Group vem dando ao mercado de fertilizantes, trazendo novas soluções e tecnologias. Além disso, lembrou que a Loyder Brasil tem sido responsável por um amadurecimento ainda mais exitoso desse mercado. No dia 9 de junho, a Loyder Brasil terá a inauguração de sua nova fábrica, em Olímpia, São Paulo.

Por: AGROLINK & ASSESSORIA
Publicado em 25/05/2022 às 15:46h.