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Bionat, de insumos biológicos, planeja expansão após nova fábrica

2 de agosto de 2023

Novas linhas de produtos à base de bactérias deverão ajudar a alavancar o faturamento da Bionat

Com a contribuição dos resultados da nova planta, faturamento da Bionat deve sair de R$ 45 milhões no ano passado para R$ 75 milhões em 2023

A Bionat, empresa de biológicos controlada pela holding Essere Group, está colocando em operação sua segunda biofábrica e já planeja nova expansão no segmento, um dos que mais têm crescido no país nos últimos anos. A planta, no complexo industrial de Olímpia (SP), teve investimentos de R$ 30 milhões, e vai produzir biológicos à base de bactérias. A primeira fábrica da Bionat, no mesmo complexo, produz biofungicidas.

As novas linhas de produtos à base de bactérias deverão ajudar a alavancar o faturamento da Bionat este ano e também contribuir para o avanço do resultado global da holding, segundo Luiz Fernando Schmitt, diretor de Novos Negócios e P&D do Essere Group.

A unidade será dedicada a três produtos. O primeiro é um inoculante que estimula o desenvolvimento do sistema radicular das plantas e facilita a absorção de nutrientes, como o fósforo, pelo vegetal. É destinado a lavouras de soja, milho, algodão e cana. O segundo é um bionematicida para o combate ao nematoide em culturas como soja, milho, algodão, cana, e o terceiro, um bioinseticida para o controle de lagartas na soja, milho, algodão, arroz, trigo e feijão.

De acordo com Schmitt, a planta tem capacidade para 80 mil quilolitros de produtos por mês, ou 880 mil a 900 mil quilolitros por ano. E está pronta para ser duplicada, em dois anos, à medida que a demanda crescer. O investimento adicional previsto para a duplicação está na casa de R$ 5 milhões.

Além disso, também está prevista, para o próximo ano, a expansão da fábrica de biofungicidas, em operação desde 2019. “Finalizamos esta [planta de bactérias] e na sequência vamos ampliar a fábrica de fungos. Vamos dobrar a capacidade dela. Estimamos entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões o investimento”, disse. A unidade produz biofungicida para manejo de doenças de solo em culturas como soja, milho e algodão.

Projeções

Com a contribuição dos resultados da nova fábrica, o faturamento da Bionat deve sair de R$ 45 milhões registrados no ano passado para R$ 75 milhões em 2023, segundo o diretor. “No médio prazo, em 2028, a expectativa é que a Bionat chegue a um faturamento da ordem de R$ 500 milhões. Isso vai representar 30% dos negócios do grupo”, estimou Schmitt.

A projeção ambiciosa está lastreada no crescimento do próprio mercado de biológicos no país, que hoje movimenta R$ 3,4 bilhões. “A taxa de crescimento desse mercado é muito alta. Há pouco tempo, em 2018, 2019, o mercado era de menos de R$ 1 bilhão. Hoje é de R$ 3,4 bilhões. Se a gente inserir o on farm [multiplicação de bactérias dentro da propriedade] vai para R$ 4,1 bilhões, e a estimativa é que antes de 2030 até, chegue à casa dos R$ 17 bilhões”, afirmou.

O incremento ocorre pelo aumento do nível de adoção, de acordo com Schmitt, e não pelo aumento de área de plantio.

Os biológicos têm sido adotados como uma estratégia complementar no manejo de pragas e doenças. “É um mercado de complementação. Associo uma molécula de um produto biológico a uma molécula química, e melhoro a performance de controle sobre a praga e sobre a doença”, observou o executivo.

Além da operação de biológicos, o Essere Group tem ainda mais outras três unidades de negócios: a Kimberlit (de nutrição especializada), Loyder (de fertilizante NPK) e Floema (de logística). A projeção do grupo é alcançar faturamento de R$ 600 milhões este ano — foram R$ 445 milhões em 2022. De acordo com Schmitt, parte desse avanço na receita deve vir da Bionat e parte da Kimberlit.

Matéria | GLOBO RURAL